sábado, 10 de dezembro de 2011
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Maestria Cruel
Se minha mão encostar na tua nuca,
Apenas recebe-a em teu cabelo.
Mal sabes meu desejo de te deixar caduca,
Te agarrar e ter em meus braços nua em pêlo.
E não peça para ir devagar, não tenho dó.
Tampouco ré, mi, fá, sol, lá ou si,
Puxarei teus fios e os encherei de nó
Na maestria cruel de caber em ti.
A noite para nós não terá fim
Mas não será como se não houvesse amanhã
Já que quero sempre repetir, assim,
A mesma brincadeira toda a manhã.
Apenas recebe-a em teu cabelo.
Mal sabes meu desejo de te deixar caduca,
Te agarrar e ter em meus braços nua em pêlo.
E não peça para ir devagar, não tenho dó.
Tampouco ré, mi, fá, sol, lá ou si,
Puxarei teus fios e os encherei de nó
Na maestria cruel de caber em ti.
A noite para nós não terá fim
Mas não será como se não houvesse amanhã
Já que quero sempre repetir, assim,
A mesma brincadeira toda a manhã.
sábado, 29 de outubro de 2011
Das Coisas que Farei ou Deixarei de Fazer (I)
Não gosto da ideia
De poder um dia
Dormir ao teu lado.
Apetece-me mais ainda
O termo amanhecer.
Porque contigo, meu bem,
Tenha certeza:
Farei tudo,
Menos adormecer.
domingo, 16 de outubro de 2011
Oração aos Quatro Elementos
Ar, Terra, Fogo e Água.
Venho agora pedir a vós
Que me ajudem a tirar a mágoa
Dessa minha solidão atroz.
Amei enlouquecidamente,
Ceguei-me para o senso comum,
Meu juízo ficou dormente,
E a paixão explodiu como um BOOM!
Ar, traga a respiração dela...
Compartilhar o mesmo oxigênio
É meu desejo maior; na janela
Espero com ansiedade e empenho.
Terra, puxe as pedras e grãos de areia
Para perto de mim com frequência.
Quero pisar com minhas meias
Nesse torrão que ela caminhou com inocência.
Fogo, aqueça o meu amor
E não deixe jamais que termine em poeira
Ou em cinzas teu eterno calor
Presente em sua lareira.
Água, pelo ralo venha me atingir
Após escorrer na pele do meu bem.
Se não posso estar perto, posso ao menos dividir
Tudo que ela já usufruiu do Universo. Amém.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Fantasias Sob Medida
Parceria com Luna Sanchez
Nascem fantasias sob medida
a partir dos beijos que entrecortam os sons.
Aproximam-se os mundos, as curiosidades, as vidas,
combinam-se as texturas, as formas e os tons.
Vontades se mostram semelhantes, parelhas,
letras e vozes são portais para afinidades.
Surgem luas, frios, calores e estrelas
e antes do "Até logo!" já se sente saudades.
A poesia se movimenta sedenta, fluida
em direção aos desejos e aos sonhos bons.
A linha suave une as alegrias contidas,
costura no avesso o "junto", o "perto" e o "com".
Tecido bordado com flores vermelhas
que se abrem e revelam uma nova verdade.
E a fantasia que era roupa de festa, agora permeia
a pele, vira dia a dia, fato, doce realidade.
a partir dos beijos que entrecortam os sons.
Aproximam-se os mundos, as curiosidades, as vidas,
combinam-se as texturas, as formas e os tons.
Vontades se mostram semelhantes, parelhas,
letras e vozes são portais para afinidades.
Surgem luas, frios, calores e estrelas
e antes do "Até logo!" já se sente saudades.
A poesia se movimenta sedenta, fluida
em direção aos desejos e aos sonhos bons.
A linha suave une as alegrias contidas,
costura no avesso o "junto", o "perto" e o "com".
Tecido bordado com flores vermelhas
que se abrem e revelam uma nova verdade.
E a fantasia que era roupa de festa, agora permeia
a pele, vira dia a dia, fato, doce realidade.
domingo, 9 de outubro de 2011
Soneto dos nossos corpos
Intertextualidade com a música Soneto do teu corpo, de Leoni.
Juro beijar teu corpo sem descanso
Como quem se perde e se encontra.
Vou ser a teu favor, vou ser contra
No vai e vem intrépido do balanço.
Beijo-te escorada no azulejo, não canso.
Tesão no vapor, o desejo apronta...
Eu caibo em ti, o contorno aponta
E depois do prazer, um cochilo manso.
Como em teus seios, bebo ameaças,
Entre mãos bobas, mutações constantes.
Faço canções em teu corpo e me enlaças...
Línguas entrecortadas antes, durante,
Línguas compartilhadas enquanto me amassas.
Juro beijar teu corpo como amante.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
A Moça e o Vento
Há muito tempo, o vento se apaixonou.
Naquele entardecer, uma moça
No banco do parque se sentou,
Pálida tal qual porcelana ou louça.
O vento se debatia desesperado
Tentando tocá-la, em vão.
Chegou até a virar tornado
E as árvores foram arrancadas do chão.
Vendo, infeliz, que não deu certo,
O vento, enfim, virou furacão.
Queria abraçá-la, tê-la por perto,
Queria abraçá-la, tê-la por perto,
Mas daí veio outra decepção:
O mundo se tornou um caos
Causado por tantas intempéries;
Os humanos se tornaram maus
Revoltados pelas fúrias naturais em série.
O vento então parou em um cume
E percebeu qual seria a solução:
Arejaria os cabelos da moça, e seu perfume
Restauraria a paz em toda a nação.
O vento hoje, portanto, vai e logo vem.
Fica um bocadinho, mas não permanece.
Pois o vento, tal qual o amor, vai além:
Eterniza no coração, mas no físico... Evanesce.
Eterniza no coração, mas no físico... Evanesce.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Navegar é preciso
Ainda que doa
Minha paixão navega
A maré é boa
O marujo não nega
No nosso convés
Fundeia a felicidade
A âncora da fé
Prende a simplicidade
E nesse navio
Eu quero sempre estar
Antes fazia frio
Na minha solidão ao mar
A bordo dessa embarcação
Termos marítimos à toa
Porque meu coração
Vai de popa à proa
Sendo barco ou nau
Não vem ao caso
A saudade é fatal
Reencontros ao acaso
Essa marinheira
É de primeira viagem
Mas é verdadeira
Ao por sentimentos à margem
Na nascente ou na foz
Algo me permeia
Percebo que é tua voz
E teu canto de sereia
À vela ou a motor
Quem guia o leme sou eu
E na ilha do amor
O desembarque é teu.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Anseio
Anseio por novos horizontes,
Novos lugares que me inspirem...
Onde toquem Marisas aos montes
E o vento possa arejar a mata virgem.
Anseio por novos jardins,
Novos olhares ausentes de medo...
Onde as mulheres usem batons carmins
E a natureza seja tema de sambas enredo.
Anseio em sair do brejo,
Novos igarapés para eu me banhar
Onde todos vivam felizes no vilarejo
E lá caiba Palestina e Shangri-la.
Anseio por tudo e anseio por nada,
Novas ideias mostram que basta querer...
Onde vou não importa, minha mente é alada
E a força da minha fé é meu maior poder.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Ciranda Erótica
Eu vi uma barata
Na careca do meu amor.
Assim que ela me viu,
Mais pra perto me puxou:
Mais pra perto me puxou:
"Senhora Lara,
Sem perna torta,
E tenho tara,
Não estou morta".
A moça ouviu,
E também anotou.
Até que na barata
Enfim, ela penetrou.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Cotidiano
Intertextualidade com a música homônima, de Chico Buarque.
Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me manda um Me Liga e espera.
Eu retorno pois sou par ideal
E nosso namoro é sempre primavera.
Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar,
Me mandando uma SMS carinhosa.
Diz que eternamente irá me amar
E me beija com a boca mais gostosa.
Todo dia eu só penso em poder lhe encontrar;
Meio-dia eu só penso em internet,
Depois penso na webcam ligar
E me calo com a imagem que aparece.
Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela me faz surpresas casuais,
Diz que está muito louca pra beijar
E nos beijamos como beijam os casais.
Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela me diz coisas que eu não conto...
E me convence à rotina continuar,
E me fio na esperança do reencontro.
Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode com a emergência do amor,
Me sorri um sorriso especial
E me beija com a boca que mistura nosso sabor.
sábado, 3 de setembro de 2011
Quanto tempo o tempo tem?
Quanto tempo o tempo tem?
Tem o tempo que quiser.
Porque o tempo organiza
Sua agenda a bel prazer.
Senhor Tempo, por favor,
Me ajude se puder.
Me dê alguns segundinhos
Pr'eu ficar com quem me quer.
Senhor Tempo, compreenda,
Com meu bem eu quero ter
Um cadinho de minutos
Horas, dias, e a vida se der.
Quanto tempo o tempo tem?
Tem o tempo que dispor.
Porque o tempo tem o tempo
Do tamanho do meu amor!
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Show sem Bis
Não chore, meu bem, ao me ver partir.
Saiba, amor, que não foi porque eu quis!
Mas sei que a melhor coisa que fiz
Foi não fazer barulho ao sair...
Não sou ingrata como você diz,
Apenas desisti de resistir.
Se você não consegue, eu sei decidir
E nesse show não haverá bis.
Abri a porta com cuidado,
Passos no silêncio e na surdina.
Aprendi que só se ama e se é amado
Não quando se mima ou se nina...
Mas quando se acorda assustado
Ao notar que não está mais lá sua menina!
sábado, 23 de julho de 2011
Ser de Capricórnio
Você metade gente
Metade bode
Em dezembro ou janeiro
Nasce em meio à ode
Responsável
Tem o poder na mão
Lìder nato
Vive solitário
Não é ser de Sagitário
É ser de Capricórnio
Nativo de Saturno
Naturalmente noturno
Mais equilíbrio que Libra
Signo que tem fibra
Manda e desmanda
Sucesso em qualquer profissão
Só não manda nem desmanda
No teu frágil coração
Esse poema é uma intertextualidade com a música Ser de Sagitário, de Adriana Calcanhotto. Para conhecer a letra, clique aqui.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Ex-razão
Foste razão dos versos meus
Agora não passas
De passado
Passageiro
Com passagem só de ida
Passarinho que voou longe
Passatempo
Passou tudo
Só não passou
Essa minha saudade permanente
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Fera
Olhos que enxergam à distância
Farejando sem piedade
De sangue tem ânsia
Sua saliva pinga no chão da cidade
Garras afiadas
No controle, no poder
Criaturas aladas
Sequer desejo conhecer
Caminha sem destino
A fera sonhadora
Sem pátria, sem time, sem hino
És hoje caça ou caçadora?
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Confesso
Sou ré confessa:
- Te amo para sempre!
Agora que já sabes, de repente...
Que tal a gente engatar uma 1ª?
domingo, 29 de maio de 2011
Tabuleiro
Poema feito em parceria com Jaciara Ferreira
Vamos brincar de Dama?
Vou transformar nossa cama
Em um tabuleiro
Branco & preto maneiro
Hoje um come ao outro
Hoje é o dia do troco
Tirarei tuas peças
Te pregarei peças
Nesse jogo de sedução
Não importa a posição
Vertical, horizontal
A gente é quem decide afinal
A Dama a gente já fez
Passemos para o Xadrez
Serás o rei e eu, rainha
Assim o passatempo caminha
Peão que monta o cavalo
Torre ereta, provarás o que falo
Agora é hora do último arremate
Meu golpe é então Xeque-mate!
terça-feira, 24 de maio de 2011
Linguagem
Texto construído em parceria com Jaciara Ferreira
- E aí, minha chave?
- Nossa! Que travessão...
- E se você topar pode virar um ponto de exclamação...
- Eu só posso te dar reticências. Ainda há um parênteses entre nós.
- Isso é porque você ainda não experimentou o poder da minha vírgula.
- Eu já tenho um outro acento agudo.
- Mas eu posso torná-lo mais grave...
- Sinto muito, já escolhi o meu hífen.
- Se é pra ficar assim cheia de interrogações, melhor dar um ponto final!
- Então talvez a gente se encontre por aí, em um outro parágrafo.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Soneto Repentino
A Vinicius de Moraes
De repente o adeus fez-se preciso
Triste despedida como a gaivota solitária
E a melancolia fez-se necessária
E do júbilo fez-se o lamentar conciso.
De repente do amor fez-se o sumiço
Que transforma o apaixonado em pária
E da paixão fez-se escuridão extraordinária
E do sorriso sincero fez-se o penar fixo.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de demônio quem se fez angelical
E de desiludido o que se fez crente.
Fez-se da vida terrena existência banal
Fez-se da dor companheira natural
De repente, não mais que de repente.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Manual
Beijo
Abraço
Toque
Desejo
Amasso
Choque
Choque
Arrepio
Gemido
Dor
Frio
Alívio
Calor
Calor
Prazer
Mudo
Rapidez
Fazer
Tudo
Outra vez
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Pedidos
Não adianta resistir
Entenda
Seria errado partir
Entregue
Tudo que é possível entregar
Percebe?
Eu só quero ser seu lar
Me dê
A intensidade que há
Você
Precisa saber: não sou só eu quem dá
Permita-se
Entre nós, tudo é por um triz
Permita-me
Eu sei que posso lhe fazer feliz!
domingo, 27 de março de 2011
Untitled
Quis me manter sóbria, parti-lhe o coração
Foste mais que tudo o que mereço
E não pude lhe dar nem um terço
Da paz que causastes em mim
Aos meus ouvidos tua música perturba
Pois sua voz é de anjo, mas me encaminha ao leito
Onde jamais descansarei
Pois me acostumei a viver desse jeito
Como se ao meu lado o pecado andasse
E agora, eu sei, nosso tempo esvai-se
Procurando me encontrar, lhe perdi
Assim, eu desisti de mim
Pois para que servirá minha vida calma,
Se tu já estás presa em minh'alma?
sábado, 26 de março de 2011
Desbotado
Esse teu beijo amarelado
Com gosto de pecado
Se tornou tão sem graça
Como o banco acinzentado da praça
O que antes era cor de rubi
Vermelho, sangue, carmim
Desbotou tanto, mas tanto
Que só sobrou o preto & branco
Que só sobrou o preto & branco
As cores de outrora
Deram adeus, foram embora
Até meu cabelo alaranjado
Voltou ao tom amarronzado
Quero me tornar violeta
Púrpura, lilás como uma borboleta
Que voa em busca do beija-flor
Tão colorido como deve ser o amor...
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