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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Colheita


Meu coração anda lotado de tralha,
Hora de separar o joio do trigo.
Senão, mandem tecer minha mortalha
Porque viver em meio ao entulho é um perigo.

Viver em meio ao entulho é um perigo
E meu coração cansou de migalha!
Sinto falta do meu eu antigo,
Um eu que não admitia falha.

Um eu que não admitia falha
Deu lugar a esse coração amigo
Que tece a própria mortalha
Por não saber separar o joio do trigo.

sábado, 2 de junho de 2012

Retrato

Intertextualidade com a música Devolva-me, de Adriana Calcanhotto



Não rasga as minhas cartas,
Mas também não quero que me procures
Já que não desejo que me percas.


Basta de dar bastas,
Viverei melhor caso me cures
Indo além de imaginárias cercas.


Quero que sejas feliz
Só que seja comigo
E não com outro rapaz...

E por tudo que já fiz,

Não te quero como amigo,
Mas como minha fonte de paz.


Todavia, se preferires ir embora,
Leva meu retrato, enfim,
Porque apenas nele permanecerei sorrindo:


E assim, quando vires a foto e a hora,
Decidirás voltar para mim
Ao relembrar tantos momentos lindos.