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domingo, 15 de setembro de 2013

Farsa




Tua caridade ostentada

É autoafirmação

E em cada doação

Há rastros de egocentrismo



Tua bondade pública

É megalomania disfarçada

E em cada boa ação executada

Há migalhas de autoestima



Teu engajamento

É pura hipocrisia velada

E em cada empatia forçada

Há tentativas de compensação



Tudo que eu desejo

É apenas sentir desprezo,

Pois a cada vez que me apercebo

Há somente donativos em formato de placebo.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Compromisso


Sabendo que não te mereço
Fiz-me altar de promessas para melhorar
E se faço o que posso, tudo tem um preço
Açoita-me a culpa por não me igualar.

Sabendo do teu apreço
Esforço-me para ser digna do teu amar
E se às vezes me esqueço,
Ponho-me de volta, às memórias, para lembrar.

Sabendo de minha imperfeição
Ajoelho-me à noite para não pecar
E se faço morada em teu coração
Sinto-me querida e não quero perder meu lugar.

Sabendo de teu cuidado,
Evito ao máximo provocar teu penar
E se já tivera eu te machucado,
Desculpo-me e tento, ao erro, não retornar.

Sabendo que sou assim, tão torta,
Deixo-te livre para me abandonar
E se preferires permanecer, dizendo que não importa,
Alegro-me e volto à rotina de sempre me superar.

domingo, 1 de setembro de 2013

Marchinha para Maria


Maria Rosa Branca
Dois sobrenomes
Pareciam nome
E ela só quer girar

Maria Rosa Branca
Foi pra uma ciranda
Como uma criança
Se pôs a rodar

Maria Rosa Branca
Seus olhinhos claros
Brilho ofuscado
Pelos passos que dá

Maria Rosa Branca
Baila como sabe
Valsa o que lhe cabe
E pode descompassar

Maria Rosa Branca
Erra e não se importa
Pois depois de morta
Não vai adiantar

Maria Rosa Branca
Desengonça a dança
Feliz por ser mansa
Mesmo sem ter um par.