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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sem Rótulos



Vou te amar, sendo homem ou mulher.
Sem rótulos: isso não tem nexo;
Não me interessa o teu sexo,
O que me importa é teu caráter.

Se tal fato, para ti, é convexo,
Lamento, pois quem me encanta é o ser
Que seja capaz de me entender
E que também seja eclético.

Eu me apaixono por pessoas,
Prenda-me com tua humanidade,
Que irei te encher de coroas.

Não irei perder a mocidade,
Vou aproveitar-te, senão, escoas.
Um grande viva à liberdade!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Relatividade


 Rápido
O tempo passa
Quando não se quer
Ficar
Sozinho

Lento
O tempo passa
Quando se quer
Ficar
Com quem se ama

sábado, 21 de agosto de 2010

À Deriva


Trovando-te, fiz uma cantiga,
Mas provei só teu amor azedo.
Portanto, desisti logo cedo,
E o que restou foi mágoa antiga.

Sem saber, apontaram-me o dedo:
Sou culpada por ter uma diva
Cuja alma ficou à deriva,
E o que restou foi apenas medo.

E por causa desse medo doentio,
O amor tornou-se obstáculo,
Pois deixa teu pedestal por um fio.

Não queres ver o espetáculo
Da queda estupenda do teu brio?
Entrega-te a mim: sou teu oráculo!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Quietude


Na quietude da noite ela partia;
Dama alva, coração em chama.
Alma só, algum amor reclama,
Vagando na madrugada fria...

Penso nela revirando a cama,
Esperando o surgimento do dia,
E naqueles olhos negros eu lia
A tórrida paixão de quem ama.

Mal sabes o quanto eu te quero,
Abandones essa tua solidão!
Venha pra mim, que sempre te espero,

Entregue-me teu corpo, dê-me a mão,
Senão sofro e me dilacero
Duvidando se és real ou não...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Conclusões


 Maria Bethânia já cantava:
"Todo grande amor só é bem grande se for triste".
Maria Bethânia já cantava:
"Todos os caminhos me encaminham pra você".

Maria Bethânia já cantava:
"Não há você sem mim, e eu não existo sem você".
Sim, Maria Bethânia já cantava.
Mas eu não canto nada.

Só chego a conclusões:
Meus amores foram todos grandes;
Tentei todos os caminhos;
E...


Eu não existo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Outroras


 Sinto saudades
De outrora
E outrora
Sentirei saudades
De agora
Que, por fim, se tornou
Outrora

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Relicário


Vejo-te passar preso à corrente,
Mortal e humano sem liberdade.
Tentando encontrar tua identidade,
Devias saber que ela é inerente!

Muitas vezes escondes a verdade,
Sem coesão e incoerente,
Da imitação viraste crente,
Sem lembrar tua personalidade.

Martírio que leva à alienação,
Descubra-te, saia do armário!
Olha através do teu coração,

Caíste no conto do vigário...
Agora que sabes, já posso, então,
Dizer que és único, um relicário!