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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Porvir



Meu bem, eu me pergunto se isso vai durar
E eu te pergunto no que isso vai dar
Será que o nosso amor vai vingar?

Meu bem, eu me entrego como se não houvesse amanhã
E eu te entrego a luz de cada manhã
Será que vale a pena esse afã?

Meu bem, eu me desespero na dúvida do porvir
E eu te desespero até talvez desistir
Será que te sufoco com a intensidade do meu sentir?

Meu bem, eu me calo para não arrefecer
E eu te calo por não saber o que fazer
Será que basta querer para nosso amor vencer?

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Marciana



Amar-te é sentimento sublime que invade
Cada mínimo espaço de minh’alma esquecida.
A Marte eu iria como qualquer nômade ou náiade
Só por teu beijo cálido na despedida.

Alarde eu fiz sobre aquilo que guardo,
Ciente da beleza de teu sorriso esculpido.
Alarme tocou e carrego o fardo
De conter um amor não-correspondido.

Enfermo meu peito prossegue doído
À espera do fim da platonicidade...
Infarto no leito com o coração moído
Emoção repentina: reciprocidade.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Restos


I

Ainda há um pouco de ti pela casa:
A escova de dentes perdida,
O chinelo roído na entrada
E a lembrança da despedida.

Ainda há um pouco de ti em cada beira:
O fio de cabelo no banheiro;
O termômetro na geladeira;
E no quarto, teu cheiro.

Ainda há um pouco de nós no travesseiro:
A gota circular no colchão,
O brinco perdido no meio
E na cama, solidão.

Ainda há um pouco de ti nas cadelas:
A espera pelo habitual cafuné,
O prato de ração delas
E as orelhas em pé.

Ainda há um pouco de ti no jardim:
As flores que um dia regaste...
A rosa, orquídea ou jasmim
E o balde sem haste.

Ainda há um pouco de ti na cinza das horas:
O segundo de carência,
O minuto de histórias,
E essa abstinência.

II

Ainda há um pouco de nós em nós:
O choro contido no ônibus,
A confissão passada a sós
E os silêncios tristonhos.

Ainda há um pouco de nós no próximo:
O ombro sincero de algum amigo,
O falso que está julgando ótimo
E o pesar que ficou comigo.

Ainda há um pouco de mim em ti?
A esperança de um retorno?
O retrato meu que sorri?
E algum penar morno?

Ainda há um pouco de ti em mim:
A aliança guardada na bolsa;
A mensagem antes do fim
E essa saudade, moça.

Ainda há um pouco de mim em mim:
O pouco que já não é mais nada.
O pouco que hoje jaz, enfim,
E a tua ausência, amada.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Maldade



Saudade
é maldade
causada pela distância,
para aumentar a ânsia
de estar mais perto
de quem nos tirou do deserto.