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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Engrande-SER


Às vezes, por um lapso de lucidez,
Percebo o que sou dentro do universo
E noto minha infinita pequenez.
Se sou hábil para escrever algum verso,
Não é porque almejo qualquer glória.
Nessa vida onde somos nada mais que grãos de areia,
Sobreviver dia-a-dia já é uma vitória
Que queima, flamejante, tal qual centelha.
Entretanto, há algo que dignifica o homem;
Um sentimento capaz de nos transformar em gigantes,
Que dá sentido à rotina para louvarmos seu nome:
Sim, meus caros... Apenas o Amor nos faz grandes.

sábado, 20 de julho de 2013

Lend(A-Z)


Don Juan da Amazônia
Engravida as virgens
Conquista sem parcimônia
O Boto nas margens...

Ameaça Boiúna
Cresce mais e mais
Rasteja e inunda
Cobra grande voraz!

Criatura que corre na mata
Com os pés ao contrário
Entidade da floresta nata
Curupira, Caipora!

Sereia que (en)canta no rio
Destruindo sem mágoa
Qualquer homem perde o brio
Iara, mãe d’água!

Assombração que pede tabaco
E apita na madrugada
Quer fumo no escuro opaco
Matinta Pereira, rasga-mortalha...

Mágico amuleto
Que concede pedidos
Presente predileto:
Muiraquitã, artefato querido.

Esse tronco que sobe o rio
Padeceu por amor
Madeira levada pelo vazio
Tarumã, índio sofredor...

Pássaro raro
De plumagem vermelha
Com um canto lendário...
Uirapuru incendeia!

Naiá se afogou
Apaixonada por Jaci
Estrela que virou flor
Vitória Régia boia feliz.

A floresta traz consigo
Riquezas de tradições
A Amazônia habita ainda

O imaginário dos corações...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Do1s


Nós
Num nó de dois corpos
Até o nós
Ser um só ser.
Laço de fita,
Menina bonita,
Até desamarrar
Desatar o nó
Do tecido
E (me) amarrar
Em teu quadril despido.
No teu mar de amar,
Par de amor:
A teu dispor
Ponho-me
Pois morrer de amor
É viver o um.
Pois viver o nós...
É ser.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Não VOLTS


A verdade é que nunca consegui acompanhar teu ritmo.
Parecias estar sempre ligada no 220.
Iludida, nutri por muito tempo o desejo íntimo
De um dia poder te alcançar com requinte.

A verdade é que eu amei uma bomba-relógio
E me pergunto se não devia ter logo explodido.
Exibida, não enxerguei o que era tão óbvio
E quando dei por mim, já havia me ferido.

A verdade é que sempre estiveste um passo à frente
Porque eu te alçava adiante, jogava a teu favor,
Até esquecer que existia um laço; um nó: a gente!
E enfim abri mão de mim mesma, por amor.

A verdade é que de tanto te impulsionar avante,
Eu fui aos poucos ficando para trás...
E em nenhum momento me buscaste, distante,
Pois era cômodo que eu estivesse logo atrás.

A verdade é que aprendi das piores maneiras...
O que preciso é alguém para andar lado a lado,
Para que nos construamos como partes inteiras
Posto que é injusto só um carregar o fardo.