O sêmen na caligrafia,
O desejo que escorre em fila,
Os dedos penetram uma linha.
Jorra e se espalha em cores,
A língua sem dissabores.
A preliminar veloz,
A escolha de um título feroz
Que resuma toda a cópula.
Eis que o processo de criação
Nada mais é que procriação
De uma espécie feita de tinta.
Na safadeza explícita,
Não me julgo prostituta
Pois ofereço-me gratuita
A serviço de um verso.
E nesse coito,
Papel-eu-pena,
Masturbo, com carinho, um poema...
E no ápice, sem aborto,
Gozo, enfim, uma estrofe:
- Engole ou cospe?
E orgulhosa, exibo minha cria:
Um orgasmo em poesia.
7 comentários:
Laraa, quando comecei a ler, logo me veio um sorriso enorme e senti graça. Não é zombação, mas é que fiquei simplesmente encantada com a sua criatividade e a lindeza desse texto. Entrou na minha lista de favoritos e conseguiu me inspirar. Ain, lindezaaaa!
Você arrasa! Por que não canta ele? Imaginei sua voz cantando e tudo mais, hahaha Maravilhosa! <3
Amei!!!!
Nossa amei a forma como vc deixou excitante cada palavra, cada metáfora...
Tive um orgasmo literário!
Beijo
que delícia, excitante mesmo!
a metáfora ficou perfeita
como a Karlinha, tive um orgasmo literário.
Lembrei da Clarice Lispector em Felicidade clandestina: "não era mais uma menina com seu livro, era uma mulher com seu amante". Tanto a máxima dela, como seu poema, revelam o arrebatamento pela palavra, o êxtase, a paixão literária!
Lindo!
Adorei ler de novo. Hey, estou há uma semana tentando criar um poema relacionado à poesia como prostituição da alma.
Muito bacana e diferente, você unir o erotismo à poesia. Bem legal!
Safadamente bonito! hahaha
Sacudindo Palavras
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