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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Cinzas



I

Quisera eu te pintar com cores vivas
Que o tempo lentamente desbotou.
Quisera eu poder assim, dar vivas,
Ao conseguir regenerar o que já se desgastou.

Hoje eu só canto nostalgia
E na minha melodia
Cada nota é saudade.

Hoje eu só entoo canções cinzas
E na dor que não se finda
Cada lágrima é verdade.

II

Pudera então guardar, conter o choro
Que na mágoa, bem sei, engoles arrependimentos.
Pudera até sentir falta deste corpo
Que em noites, nos meus braços, afastaste teus tormentos!

Hoje tu sussurras de remorso
E agora eu endosso
Em cada silêncio de momento...

Hoje tu suspiras na lembrança
E ainda nutre a esperança
Em cada frase de lamento.

III

Fizera eu inúmeros e incontáveis planos,
Em sonhos te incluí para ter algum motivo...
Fizera eu de ti, mortalha de desenganos
Em vacilos talvez fatais e tantos erros repetidos.

Hoje eu só carrego na memória
E recordo nossa história:
Cada vão e vil segundo...

Hoje eu só lamento o nosso fim
E torço para que, enfim,
Cada um siga o próprio rumo.

4 comentários:

Lucian disse...

Belo desabafo materializado num agradável texto! Se puder, me visite e seja uma membra, para ajudar na divulgação do meu humilde e novo espaço. Abraços, Lucian (http://www.poemasintrovestidos.blogspot.com.br/)

Lívia Almeida disse...

Muito, muito lindo!!!! Vai virar ou já é uma música???

Ah, adora Felicidade do Marcelo Jeneci!! *-*

Tamires Santos disse...

Fico tão feliz em passear pela blogosfera e encontrar blogs como o teu. Textos interessantes e muito bem escritos, diga-se de passagem. Te encontrei no blog da B.

Enfim, estou te seguindo, espero que se te interessar, leias meu blog também.

Um beijo, Tamires.

Marvin Cross disse...

acho magnífico que uma cor "sem graça" como o cinza impulsione textos tão bons... Viva o cinza!!
Abração!!