Don Juan da Amazônia
Engravida as virgens
Conquista sem parcimônia
O Boto nas margens...
Ameaça Boiúna
Cresce mais e mais
Rasteja e inunda
Cobra grande voraz!
Criatura que corre na mata
Com os pés ao contrário
Entidade da floresta nata
Curupira, Caipora!
Sereia que (en)canta no rio
Destruindo sem mágoa
Qualquer homem perde o brio
Iara, mãe d’água!
Assombração que pede tabaco
E apita na madrugada
Quer fumo no escuro opaco
Matinta Pereira, rasga-mortalha...
Mágico amuleto
Que concede pedidos
Presente predileto:
Muiraquitã, artefato querido.
Esse tronco que sobe o rio
Padeceu por amor
Madeira levada pelo vazio
Tarumã, índio sofredor...
Pássaro raro
De plumagem vermelha
Com um canto lendário...
Uirapuru incendeia!
Naiá se afogou
Apaixonada por Jaci
Apaixonada por Jaci
Estrela que virou flor
Vitória Régia boia feliz.
A floresta traz consigo
Riquezas de tradições
A Amazônia habita ainda
O imaginário dos corações...
3 comentários:
É tão bom ver o resgate de elementos folclóricos e de características da Amazônia. Acho uma ideia fantástica, aliada ao seu talento. Que bom ler teus versos, Lara.
Nossa!!!
Quanta informação num só texto... confesso que não conseguiria reunir todos esses seres mitológicos num só texto...
Adorei...
Beijo grande!!
Linda! Linda! De um talento imensurável, Larinha. Uma de minhas prediletas de tua autoria.
Adoro a riqueza de nossas lendas, do imaginário local, deste senso de pertencimento natural que sentimos ao ler algo que condiz com as crenças da nossa terra.
Amei!!!
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