sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Cegueira
Vou além do que vejo;
E aproveitando o ensejo,
Fechei os olhos e abri o coração
Porque sei que a verdadeira percepção
É mais ampla que meu campo de visão...
De que adianta um globo ocular,
Uma íris castanha para enxergar,
Se o ser humano é incapaz de sentir
A dor do próximo e o porvir
Sofrido de quem sequer tem para onde ir?
Se os cílios não me ajudassem a estender a mão
A quem não possui nem mesmo um pão,
A quem tem a fome como único bem que carrega,
A quem a vida todos os sonhos nega,
De nada serviriam meus olhos, pois eu ainda estaria cega.
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3 comentários:
Verdade...
Forte, e difícil de entender a falta de sensibilidade da humanidade...
Beijo grande e bom fds!
Uma lição de sensibilidade, quem dera todos pudessem perceber essas verdades e colassem tais coisas na consciência com cola de sapateiro.
;*
Surpreendente, Lara. Gostei da escolha e mudança de tema, em relação aos seus outros poemas. É bem real, sensível e comovente.
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