quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Brasil Novo/Universidade
Avistei você passando descontraída
Na calçada, do outro lado da rua,
E confesso que me senti traída
Ao te ver sorrindo de forma tão pura.
Acho que quando a gente sofre
Espera que o mundo em volta tenha um matiz escuro.
Mas nem tudo cheira a enxofre:
Seu par de jabuticabas continua maduro.
Você estava com minha roupa favorita
Enquanto eu já nem sei mais o que visto.
Pego a peça que estiver menos rota e encardida,
Combino xadrez com listras e é isto.
Só eu ando por aí, monocromática.
O universo ao redor ainda é colorido.
Porém, como sou ruim em Matemática,
Esqueci que na soma 1+1, um dos uns sempre sai ferido.
Vi coisas que não podem ser desvistas,
Tantas que me ceguei para o resto.
Com elas, fiz inúmeras listas,
Que guardo para mim e não empresto.
Mas mesmo assim, enxerguei você,
Pela janela do transporte público.
Meu coração quase parou de vez:
D(o)eu um pulo de súbito.
O ônibus arrancou de primeira
E a descarga jogou na atmosfera dióxido de carbono.
Mais uma sexta-feira
Do tom da substância lançada na camada de ozônio.
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