A Fernando Pessoa
O poeta é um escultor.
Modela tão perfeitamente
Que chega a dar forma à flor
Oculta no mármore bruto e dolente.
E os que veem a pedra fria,
Na imagem da rocha enxergam mal,
Não a palavra crua a se tornar poesia,
Mas só o valor do resultado final.
E assim na roda da fortuna
Inquieta, a atordoar tato e visão,
Essa grande lacuna
Que se chama inspiração.
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