sábado, 30 de maio de 2015
Maracá
Maracá, xuatê.
Maracá-cunani:
Legado que nunca
Irá se extinguir.
Civilização
De imortalidade
E perpetuação;
Tupi,
Somos filhos
De uma só tribo
Guarani.
Somos todos um só povo:
Uma só prece,
Um só coro.
quarta-feira, 6 de maio de 2015
Dança das Águas
A história de Diana
Durou poucos invernos
E sua alma cigana
Inspirou trovas e versos
Como estes que agora vos canto
Ao sustentar o peso dos anos
E dos danos.
A jovem virgem
Bailava desnuda
Nas noites de luar em vertigem.
Lâmina pontiaguda,
Nas águas como veio ao mundo,
Ritual particular fecundo.
Se havia de sangrar,
Dançava sombria e escarlate:
Nos gélidos lagos um traço carmim a deixar.
Rodopiar com Hécate
Cirandar com Perséfone
Valsar insone.
Diana, acusada de bruxaria:
Dedos taxativos, línguas acusativas,
Alvo dos olhos em piromania:
Amordaçada, queimada viva.
Fogo, chama, labareda
Consumindo o vestido de seda.
Túnica tornara-se cinza;
A morte ceifou a magia;
Órion acolheu a ninfa.
Madrugada fria:
Ainda se vê um rastro vermelho
(Naquele mesmo lugar goteja sangue fresco).
Dançava sombria e escarlate:
Nos gélidos lagos um traço carmim a deixar.
Rodopiar com Hécate
Cirandar com Perséfone
Valsar insone.
Diana, acusada de bruxaria:
Dedos taxativos, línguas acusativas,
Alvo dos olhos em piromania:
Amordaçada, queimada viva.
Fogo, chama, labareda
Consumindo o vestido de seda.
Túnica tornara-se cinza;
A morte ceifou a magia;
Órion acolheu a ninfa.
Madrugada fria:
Ainda se vê um rastro vermelho
(Naquele mesmo lugar goteja sangue fresco).
terça-feira, 28 de abril de 2015
9090
Parceria com Adriano T. Mira
Quis ligar de algum telefone desconhecido.
“Ela não costuma atender números privados”, pensei a esmo.
Mas aí lembrei que o maior desconhecido
Era eu mesmo.
Às vezes procuro por pessoas que não fazem parte de mim.
Mas a maior falta é de mim mesmo.
Fico a olhar a tela do telefone na esperança dela retornar,
Mas lembro que nem uma mensagem enviei.
Me perco entre números na esperança de ter digitado errado,
Só para não estraçalhar a esperança.
Fecho os olhos, sim: é ela que me vem linda e suave.
Meu peito não suportaria ter que terminar outra conversa.
O telefone na mão suando e tremendo.
O coração acelera a cada vez que penso em discar.
Os dedos encostam nas teclas,
Mas a força me falta.
Depois de tanto tempo, o que ainda há para se justificar?
O erro não pode ser consertado.
O que resta é me conformar
Com os fracassos aos quais estou fadado.
A mera vontade não me deixa mais digno de mérito.
Ainda que ela atendesse, eu ficaria mudo do outro lado da linha.
Para evitar meus fantasmas, sequer ponho crédito:
Me amarro às memórias da voz que ela tinha.
As lembranças frequentemente surgem para me cobrar
Pendências mal resolvidas de um passado presente.
E se, talvez, eu ligasse a cobrar?
A saudade é urgente.
Mas vejo que, neste momento,
Me tornei apenas uma imagem borrada.
As respostas só são dadas aos poucos pelo Tempo
E o silêncio fala melhor que qualquer chamada.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
terça-feira, 7 de abril de 2015
Revel(ação)
Todas as obscuridades se esclarecem, enfim.
A missão da omissão encerra:
concluída com sucesso.
A mentira se enterra,
a guerra entra em recesso.
As crises terminam,
tristezas germinam
e a vida segue;
cada caco se ergue.
Há um teorema
de que todo poema
nasce de uma epifania.
Qualquer verso é um pedaço de coração.
A reação é uma estrofe:
Let's drink some coffee...
Contemplar uma dolorida confissão
é a chave para a libertação.
A verdade é que a poesia
é parida pela verdade.
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