no mapa
do teu corpo
não trouxe naus
para descobrimentos
[nem invasões
apenas deixei as velas
a favor dos ventos
furacões
me guiaram
até onde querias
que eu chegasse:
no cais
em que minhas certezas
no mapa
do teu corpo
não trouxe naus
para descobrimentos
[nem invasões
apenas deixei as velas
a favor dos ventos
furacões
me guiaram
até onde querias
que eu chegasse:
no cais
em que minhas certezas
Gosto de casas inacabadas.
São mais bonitas do que as casas bonitas
— e financiadas —.
sem convenções de condomínio, sem normas,
há algo a ser terminado, pendente
[a memória das últimas gerações e reformas.
Entre olhares cínicos,
do vizinho, do síndico
casas de condomínio
parecem laboratórios de exames clínicos.
Jamais conhecerão o mistério dos bairros,
onde uma mansão de dois andares
convive com uma casa de madeira
e na outra rua já estão as pontes
de uma área de ressaca
caixotes de feira
academias
paradas de ônibus
farmácias.
As fachadas beges da higienização social
não compreendem a multicromática desordem das promoções da Maranata.
Tijolo e reboco dividem lugar com
Correios
caramelos
testemunhas de Jeová
praças abandonadas
nas quais a galera se junta pra legalizar.
Os bairros têm lixeiras viciadas
não têm quadra de tênis
não têm portaria e nem câmeras
mas têm as melhores padarias
e batedeiras de açaí.
Em cada esquina
Lambe
grafite
minibox
cinquenta tons de cinza
e segredos noturnos.
Uma explosão cósmica origina o espaço.
Erigir a beleza no improviso.
A vida não é planejada.
Gosto de casas inacabadas e de bairros:
construções da organicidade.
Inventa que tá saindo desse relacionamento
Mas eu tô sabendo que você só quer fugir
Fugir, fugir de mim
E meu ouvido diz duvido, duvido, duvido
Vai namorar comigo, sim!
Ciúme não
Excesso de cuidado
Não paro de pensar nela
Tô passando na frente da casa
Se algum vizinho me denunciar, a culpa é dela
De ex-namorado agora eu tô virando suspeito
Não adianta tentar se esconder
Porque sempre vou te encontrar
Vou andar colado em você
Onde você for eu vou estar
Tem uma câmera no canto do seu quarto
Um gravador de som dentro do carro
Whisky nela, que ela beba, ela libera
Eu vim acabar com essa sua vidinha
Poema construído a partir das seguintes letras de música: Vidinha de Balada (Henrique e Juliano) | Meu Anjo (João Neto e Frederico) | Empurra Whisky Nela (Bruninho e Davi) | Ciumento Eu (Henrique e Diego part. Matheus e Kauan) | Então foge (Marcos & Belutti) | Casa Amarela (Guilherme & Santiago)
“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro.
Nossos métodos sempre prejudicaram a população.
A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força da injustiça.
Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela guerra.
Sempre fui rotulado como antidemocrático e sempre falei em controlar e censurar a mídia e as redes sociais.
Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei com a destruição da nossa Constituição.
É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, enfrentam as cores verde-amarela da nossa bandeira.
Muito obrigado.”
Disforia de Gênesis trata do não-pertencimento no mundo desde o nascimento. Sobre sentir que o corpo nos limita e prende nessa existência, mas também sobre como a sociedade em si é desconforto e viver é lidar com essas consternações.
As agonias do ser foram separadas em três partes: Ratio, Persona e Affectio. Ratio são os poemas que tratam sobre as questões das relações interpessoais, ideológicas e políticas. Persona fala sobre a construção das identidades (inclusive acerca de gênero, mas não somente isso, sobre o desenvolvimento do indivíduo contemporâneo e múltiplo). Por fim, Affectio fala sobre as relações amorosas, efêmeras, líquidas, e que não nos cabem, pois a alteridade também é um desafio ao “eu”.
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